Alguns "distúrbios a nível pessoal" que me atacavam de vez em quando, mais antigos ainda que o desemprego, levaram-me finalmente a consultar o médico.
Depressão - vi-o escrever mas nada disse e para ser sincera não estou preocupada com isso.
Nessa altura o que de melhor me corria na vida era o trabalho... agora nem isso. Mudei de função e... com o contrato a acabar não me parece um bom augúrio.
Ando na dúvida... não sei se desejo continuar ou parar. Hoje quando o despertador tocou, ainda antes do sol se levantar, eu chorei. Tal como a criança que não quer ir para a escola... mas mais discretamente, só para mim.
Continuar por mais um tempo será quase como fidelizar-me a algo que não quero, será perder mesmo o anterior estatuto. Mas será altura de pensar em estatutos? Será melhor um recomeçar de novo do envio de currículos seguidos de decepções atrás umas das outras?
Antecipar a decisão deles com um arrumar as botas da minha parte... será uma real estupidez nos dias de hoje?
Compreendo que seja difícil estar num trabalho que não nos satisfaz e, em outros tempos, diria-te para seguires o coração. Mas, nos tempos que correm temos que nos agarrar ao que há... Mesmo que continues nesse trabalho tens a possibilidade de procurar outra coisa melhor... que gostes mais... já passaste pela experiência do desemprego e sabes o que passaste... isto não está nada fácil... eu que chorei ao inscrever-me na fábrica da carne (o último sítio onde gostaria de trabalhar), agora choro porque nem aí consegui emprego... força!
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